sábado, 15 de outubro de 2011

PRESENTE PARA OS PROFESSORES





VISITA DA SECRETÁRIA ROSELI

FESTA DO PIJAMA

DIA 11/10





FESTA DO PIJAMA

COMO REALIZAR UM RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

O que é um relatório de avaliação?

· Documento que ilustra a história de vida da criança no espaço pedagógico, sua permanente interação com os vários objetos de conhecimento e com os outros;

· Revelador de trajetórias individuais, peculiaridades, curiosidades, avanços e dificuldades, tentativas de superação, novas conquistas, respeitando as diferenças, postas em evidência, não em comparação;

· Dinâmico, pois sua característica é um vir a ser natura da criança;

· Revelador das intervenções do professor como mediador do processo.

O que NÃO devem ser relatório de avaliação?

· Não devem ser instrumentos burocráticos;

· Não devem servir para satisfazer os pais em sua necessidade de controlar o trabalho da escola com seu filho;

· Não devem ser elaborados numa mesma sequência para todas as crianças;

· Não devem comparar atitudes evidenciadas;

· Não devem reproduzir fichas de comportamento;

· Não devem ser estáticos, revelando o que a criança é ou deixa de ser.

Perguntas possíveis para um olhar avaliativo:

· De onde a criança partiu?

· Quais foram suas conquistas? Contextualização?

· Que caminhos percorreu para fazer estas descobertas?

· Quais suas perguntas, dúvidas, comentários?

· Como reagiu diante dos conflitos emocionais ou cognitivos?

· Qual o papel do professor nesses diferentes momentos?

· Como as crianças se referem ao seus próprios avanços e ao trabalho que desenvolvem?

· Como os pais se referem ao desenvolvimento da criança e ao trabalho da escola?

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA II

OBSERVAÇÃO

Através da observação, ferramenta básica neste aprendizado da construção do olhar sensível e penetrante que envolve...
... atenção e presença;
... escuta de silêncios e de ruídos;
... ouvir o que o outro fala;
... ver o aluno real;
... "estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz da teoria que nos inspira" (Piaget).


REGISTRO

Para Madalena Freire o Registro é:

"Escrever compromete mais do que falar. Escrever deixa marca, registra pensamento, sonho, desejo de morte e de vida.
Escrever dá trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si , o mundo.
Ensolve, exige exercício disciplinado de persistência, resistência, insistência, na busca do texto verdadeiro...".

Escrever é refletir e não existe um modelo de reflexão.

Cada educador tem a sua marca, o seu modo de registrar

o seu pensamento.

REFLEXÃO

Instrumento dinamizador entre a prática e a teoria.

A reflexão, o registro do pensamento envolve a todos: criança, professor, orientador. Cada um no seu espaço diferenciado, pensa, escreve a prática e faz teoria, onde o registro da reflexão, concretização do pensamento, é seu principal instrumento na construção da mudança e apropriação de sua história.

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA - CONTEÚDO E PROCESSO

A documentação pedagógica é um instrumento vital para a criação de uma prática pedagógica reflexiva e democrática e tem um papel importante na construção dos significados dos educadores sobre sua ação docente e tomar decisões sobre o que está acontecendo. Ela se constitui em conteúdos (material) e processo (uso reflexivo deste material).

TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

· Auto-avaliação;

· Relatórios narrativos de acompanhamento das crianças e relatórios narrativos de estudos realizados - imagens, desenhos e textos;

· Diário de Campo;

· Diário de Aula;

· Anedotários;

· Livro da Vida ou da Memória do grupo;

· Planilhas;

· Entrevistas;

· Debates ou conversas;

· Releitura coletiva do trabalho;

· Coleta de amostras do trabalho;

· Fotografias;

· Diários de aprendizagem;

· Gravações (vídeo e som);

· Análise individual ou em grupo dos diferentes registros;

· Depoimentos de pais;

· Extratos de diferentes registros;

· Comentários dos colegas.


A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA...

... auxilia na construção de significados coletivos;
... torna o trabalho pedagógico visível e tema para debate democrático;
... pretende entender o que está acontecendo no trabalho pedagógico e o que a criança é capaz de fazer sem qualquer estrutura pré determinada de expectativas e normas;
... precisa ser co-construída com o grupo de alunos;
... cria um espaço de interlocução com as famílias sobre a criança, seu desenvolvimento e suas aprendizagens;
... sempre nos diz algo sobre como construímos a criança e nós mesmos como pedagogos, por isso ela estará aberta a discussão e a mudança.

sábado, 8 de outubro de 2011

Simbologia das histórias infantis

Simbologia das histórias infantis

Boas histórias para crianças não são escritas à toa. Elas são repletas de simbologia, valores sociais ou humanos e de estruturas que fazem parte do nosso inconsciente.

Algumas interpretações:

“A Branca de Neve e os Sete Anões”

A Branca de Neve nada mais é do que o nosso aspecto puro e essencial, ingênuo e isento de malícia ou interesses. Os sete anões são desdobramentos da nossa personalidade, ou seja,mais ou menos presente nas nossas características pessoais. Cada um deles representa facetas de como lidamos com essa realidade: de forma mau humorada (Zangado), o hipocondríaco (Atchim), o emocional (Dengoso),o intelectual (Mestre) entre outros. O príncipe é a busca do ser humano em encontrar a perfeição, o seu outro lado, o que nos completa. A madrasta ou bruxa representam o nosso lado sombrio, os boicotes que tramamos para nós mesmos, para que deixemos de lado a Branca de Neve do nosso ser. A madrasta também representa a vaidade, a competição a qualquer preço. O espelho falante é a nossa consciência, que reflete o que somos, os nossos pensamentos e desejos. A maçã representa as nossas tentações, aquilo que nos identificamos e com isso perdemos a consciência, a conexão com a vida –a Branca de Neve desmaia e só desperta à vida quando recebe o beijo de seu amado.

“Os Três Porquinhos”

Cada porquinho tem uma personalidade. Os dois primeiros têm perfis semelhantes. Eles representam a preguiça e apontam as conseqüências de levarmos a vida dessa maneira – ficaram sem abrigo, proteção e foram engolidos pelo lobo. O terceiro porquinho era o mais comedido, dedicado e construiu a sua forte casa em alicerces de tijolos. Ele foi o único que trabalhou mais e que permaneceu com a sua casa. O lobo representa as ameaças da vida e a casa representa a nossa estrutura interna – como lidamos com o mundo, com os perigos, com a destruição das nossas estruturas internas – de forma preguiçosa e leviana. Aquele que se dedicou mais tempo em construir, em ter uma vida mais estruturada, que não se apressou para ir brincar, como os outro dois porquinhos, não sofreu conseqüências dos assopros do lobo, além de tê-lo dominado de maneira inteligente e bem humorada. É assim que o terceiro porquinho se relaciona com a vida. Ele sabe se defender e acolher os outros. O lobo também representa as tendências e os valores sociais. Dependendo do perfil do “porquinho” os ventos se encarregam de levar seus sonhos e verdades.

“Pinóquio”

Particularmente acho a história de Pinóquio maravilhosa e repleta de significados. O Gepeto representa a bondade do ser humano, a simplicidade e a humildade. Ele tem o coração puro e se coloca à serviço da vida. Ele esculpiu o boneco com as próprias mãos, como se ele mesmo estivesse se esculpindo, numa “versão melhorada” e mais sofisticada de si, até então.

Pinóquio representa a criança, o potencial ser humano. A criança está em contínuo processo de se tornar humana. Assim é Pinóquio. Ele ainda é feito de madeira, e não de carne e ossos; é ingênuo, inconstante e acredita em tudo o que dizem, ele é totalmente desprovido de discernimento e maturidade. Fígaro, o gato, e Cléo, o peixe, são, em meu ponte de vista, uma continuidade de Gepeto. Eles representam o aspecto “animal” do velhinho, mas algo muito sutil e sereno. Mesmo com a rabugice e impaciência de Fígaro, o próprio Gepeto ri de si mesmo, reconhecendo suas características. A peixinho Cléo é doce, meiga e fiel ao seu dono, característica que incluem facetas do pai de Pinóquio.

A Fada Madrinha ou Fada Azul significa o mundo mágico, da realização dos sonhos e das oportunidades que estão ao nosso alcance e que dependem, de uma certa forma, de como conduzimos a nossa vida. Assim aconteceu com Pinóquio. Ele só se tornou um ser humano de verdade quando passou a adquirir atitudes nobres, a valorizar o outro e a deixar de se envolver com a realidade de acordo com as opiniões dos outros e não com as suas. O Grilo Falante é, como o próprio filme o intitula como a consciência de Pinóquio. Ele, no início, é ainda um reflexo daquilo que o boneco de madeira representava, pouco atento e displicente frente à realidade. Conforme Pinóquio vai passando por situações e experiências, o Grilo Falante também vai se transformando e adquirindo mais qualidade de consciência, até receber o grande prêmio no final da história – a medalha de ouro.

Os personagens como a raposa, chamada ironicamente de João Honesto, o gato Gideão, Stromboli, o dono do circo, o cocheiro e o menino que acompanha Pinóquio na Ilha dos Prazeres são representações da realidade que nos tenta o tempo todo, que nos testa a cada esquina para ver se estamos realmente em busca de uma consciência maior, de nos tornarmos reais seres humanos ou de simplesmente nos entregarmos aos prazeres da nossa vida ordinária sem finalidade alguma.

Faz parte da vida do ser humano buscar prazer e diversão, não há nada de errado nisso, mas o que mais podemos realizar, viver, conhecer, aprender e ensinar? E Pinóquio, depois de muitas ilusões e desilusões resgatou o seu pai da barriga da baleia, do mar de inconsciência, trazendo de volta a vida de Gepeto e conseqüentemente a sua, tornando-se um menino de verdade – um Real Ser Humano.

Cintia Auilo

Semana da Criança

A criança é feita de cem

A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar.
Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens (e depois, cem, cem, cem), mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo.
Dizem-lhe: de pensar sem as mãos, de fazer sem a cabeça, de escutar e de não falar,
De compreender sem alegrias, de amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe: de descobrir o mundo que já existe e de cem, roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia, a ciência e a imaginação,
O céu e a terra, a razão e o sonho, são coisas que não estão juntas.
Dizem-lhe: que as cem não existem. A criança diz: ao contrário, as cem existem.


Loris Malaguzzi







A