quarta-feira, 27 de julho de 2011

Textos para HTPCs

QUARTA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2011

A morte do lápis e da caneta



MARCELO COELHO

Clipping Educacional - Folha.com

Boa notícia para as crianças americanas. Vai ficando optativo, nos Estados Unidos, escrever em letra de mão. Um dos últimos a se renderem aos novos tempos é o Estado de Indiana, que aposentou os cadernos de caligrafia agora em julho.
O argumento é que ninguém precisa mais disso: as crianças fazem tudo no computador e basta ensinar-lhes um pouco de digitação. Depois do fim do papel, o fim do lápis e da caneta! Tem lógica, mas acho demais.
Sou o primeiro a reclamar das inutilidades impostas aos alunos durante toda a vida escolar, mas o fim da escrita cursiva me deixa horrorizado.
A máquina de calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não aceito que o teclado termine com a letra de mão.
A questão vai além do seu aspecto meramente prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto. Como todo mundo, gosto de ver como é a cara de um escritor, de um político, de qualquer personalidade com quem estou travando contato -e logo os e-mails virão com o retrato do remetente, como já acontece no Facebook.
E não se limita apenas aos colecionadores o interesse pelos autógrafos de uma celebridade, de um jogador de futebol ou de um escritor (mesmo que os originais de seus livros já tenham sido produzidos na máquina de escrever ou no laptop). Quantas decepções, e quantas surpresas felizes, não nos revela a caligrafia de uma pessoa? Fulano, em geral sério e ponderado, tem a assinatura de um pateta do pré-primário. O síndico, figura minuciosa e intolerante, derrama sobre o papel uma escrita frouxa, emotiva, sentimental.
Generosidade e avareza, sofisticação e simploriedade, constância e frivolidade, tudo está na letra de uma pessoa, como está na sua voz ou no seu rosto -desde que a gente saiba ler.
O mais bonito é que na letra cursiva se reúnem, em tese, o individual e o universal. Cada pessoa pode ter lá suas idiossincrasias: escreve o "n" como se fosse um "u", não se dá ao trabalho de fazer direitinho o corte do "t", mistura o "g" com o "y" e o "q", mas não importa. A menos que o sujeito seja um garranchista irremediável, acabamos entendendo o que escreveu. Tenho prazer, aliás, em decifrar letras moderadamente ilegíveis. Existe um jogo entre a regra geral, a caligrafia das professoras do primário, e as variantes que ao longo da vida cada pessoa adota em sua escrita.
Moral da história: somos todos iguais, mas cada um de nós é diferente. Outra moral da história: entre minha comodidade caligráfica e a necessidade de ser entendido por quem me lê, está em jogo o respeito pelo outro e a expressão de quem eu sou.
É falta de educação, acho, ter uma letra feia demais; é falta de personalidade, também, escrever como o queridinho da professora. Não por acaso, ainda se usa nos convites de casamento uma imitação da escrita cursiva de cem anos atrás. Não é o meu tipo favorito de apresentação tipográfica, mas seu significado não dá margem a dúvidas: trata-se de um movimento de extrema cortesia, de uma homenagem ao acontecimento e ao convidado.
As letras de computador, por mais práticas que sejam, correspondem a uma realidade mais mecanizada e uniforme. Já temos o corretor ortográfico; ainda bem que ele falha de vez em quando e que muita gente se esqueça de usá-lo. Um belo erro de ortografia, assim como uma letra da idade da pedra, revelam verdades que a assepsia da tela branca do Word se esforça em ocultar.
Mesmo uma banalidade tremenda se torna mais suportável se escrita numa letra extravagante, em vez de na detestável fonte Arial adotada no Outlook, provavelmente só porque é a primeira em ordem alfabética na lista das letras disponíveis. Mas, no meio desta reclamação toda, recupero minha confiança no progresso e na tecnologia. Quem sabe, nos próximos anos, não vão inventar um programa pelo qual será possível personalizar a tipografia que utilizamos no PC?
Novas "fontes", novos estilos de letras, são inventados todo dia. Os jornais importantes, como a Folha, têm um desenho próprio para suas letras. Imagino que não seja impossível uma situação em que cada usuário de computador consiga desenvolver sua própria escrita.
Só espero que até lá tenham inventado, também, uma maneira de fazer as crianças americanas ocupadas em aprender alguma coisa que preste.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br


Alfabetizar na Educação Infantil. Pode?

Grande parte das crianças da escola pública precisa desse espaço para ter acesso a um ambiente alfabetizador

A polêmica sobre ensinar ou não as crianças a ler e a escrever já na Educação Infantil tem origem em pressupostos diferentes a respeito de várias questões. Entre elas:

■ O que é alfabetização? Alguns educadores acham que é a aquisição do sistema alfabético de escrita; outros, um processo pelo qual a pessoa se torna capaz de ler, compreender o texto e se expressar por escrito.

■ Como se aprende a ler e escrever? Pode ser uma aprendizagem de natureza perceptual e motora ou de natureza conceitual. O ensino, no primeiro caso, pode estar baseado no reconhecimento e na cópia de letras, sílabas e palavras. No segundo, no planejamento intencional de práticas sociais mediadas pela escrita, para que as crianças delas participem e recebam informações contextualizadas.

■ O que é a escrita? Há quem defenda ser um simples código de transcrição da fala e os que acreditam ser ela um sistema de representação da linguagem, um objeto social complexo com diferentes usos e funções.

Em razão desses diferentes pressupostos, alguns educadores receiam a antecipação de práticas pedagógicas tradicionais do Ensino Fundamental antes dos 6 anos (exercícios de prontidão, cópia e memorização) e a perda do lúdico. Como se a escrita entrasse por uma porta e as atividades com outras linguagens (música, brincadeira, desenho etc.) saíssem por outra. Por outro lado, há quem valorize a presença da cultura escrita na Educação Infantil por entender que para o processo de alfabetização é importante a criança ter familiaridade com o mundo dos textos.
Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos; manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, livros, fascículos etc.; e o professor lê para a turma e serve de escriba na produção de textos coletivos.
Alguns alunos estão imersos nesse contexto, convivendo com adultos alfabetizados e com livros em casa e aprendendo as letras no teclado do computador. Eles fazem parte de um mundo letrado, de um ambiente alfabetizador. Outros não: há os que vivem na zona rural, onde a escrita não é tão presente, e os que, mesmo morando em centros urbanos, não têm contato com pessoas alfabetizadas e com os usos sociais da leitura e da escrita.
Grande parte das crianças da escola pública depende desse espaço para ter acesso a esse patrimônio cultural. A Educação Infantil é uma etapa fundamental do desenvolvimento escolar das crianças. Ao democratizar o acesso à cultura escrita, ela contribui para minimizar diferenças socioculturais. Para que os alunos aprendam a ler e a escrever, é preciso que participem de atos de leitura e escrita desde o início da escolarização. Se a Educação Infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles estarão naturalmente alfabetizados (ou aptos a dar passos mais ousados em seus papéis de leitores e escritores)".

“Daqui a cem anos, não importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor porque eu fui importante na vida de uma criança.”

Dinâmica para interpretação de textos

Pensem num site bom: é esse que acabei de descobrir: Coelho da cartola. Foi de lá que tirei essa dinâmica que pode ser utilizada em sala de aula para divertir e também ensinar a importância de se interpretar um do blog éhttp://coelhodacartola.blogspot.com


Antes de iniciar a matéria do bimestre é bom preparar uma dinâmica e essa além de engraçada - os alunos costumam rir muito e pagar mico - os faz pensar na importância da interpretação de textos no dia-a-dia.

Digite uma lista numerada mais ou menos assim:

1- Leia atentamente as instruções até o final.

2- Dê um abraço no colega do lado.

3- Coloque seu caderno em cima da carteira.

4 - Levante da carteira e vá até o quadro-negro.

5- Diga seu nome em voz alta.

6- Corra até o fundo da classe.

7- Conte até 3 em voz alta.

8- ......

Faça uma lista bem grande, com pelo menos 30 coisas e não esqueça da última: 30- Faça somente a número 2.

Como fazer:

Na sala de aula, avise que vai fazer uma dinâmica e que será uma competição para ver quem termina primeiro. Entregue as folhas viradas para baixo e diga que são as instruções mas que só podem virar quando você mandar.

Para dar mais "pressão", diga que vai cronometrar o tempo que vão levar para terminar. Diga "tempo!" ou qualquer outra palavra assim para que comecem.

Conclusão

O que se vê é que a maioria dos alunos - se não todos eles - mesmo lendo a primeira instrução "leia atentamente até o final" não a obedece, então fazem tudo o que está na lista. Quando chegam à última descobrem que teriam que executar apenas a número 2. Isso demonstra claramente que eles não entenderam (ou desconsideraram) uma instrução. Demonstra que é importante entender exatamente o que significam as palavras, já que se a primeira instrução era ler atentamente até o final, deveriam seguí-la primeiro lendo tudo até o final, para só então partir para a execução da número 2.

Fazendo tudo provaram que quando não se interpreta direito um texto muitas vezes tornamos as coisas mais difíceis para nós mesmos, temos que fazer coisas que seriam desnecessárias se interpretássemos corretamente um texto.


Fonte:http://coelhodacartola.blogspot.com/2009/02/dinamica-para-interpretacao-de-textos.html

terça-feira, 5 de julho de 2011

RECESSO ESCOLAR - É tempo de "recarregar as baterias"

Encerra-se o 1º semestre e nada mais justo do que professores e alunos aproveitarem a oportunidade, oferecida pelo recesso escolar, para reabastecer corpo e mente.
Para os educadores, além do descanso e diversão, que nos remetem ao puro prazer, apresenta-se a ocasião própria para o desenvolvimento pessoal e profissional. O encontro pedagógico organizado pela escola é, certamente, um bom começo para acumular ganhos intelectuais que favorecerão o desempenho de suas atividades ao longo do próximo período escolar.
A troca de experiências com colegas, a pesquisa, a realização de um curso ou a leitura de um bom livro, também são exemplos de diversão desde que a escolha seja espontânea, orientada apenas pelo desejo de crescimento individual e participação efetiva no projeto pedagógico no qual deposita sua crença sincera.

Para os alunos “fugir” da rotina, mesmo que prazerosa, da escola também é indispensável. O convívio familiar, os programas culturais e a brincadeira sem “compromisso”, podem contribuir (passando longe da obrigação!) com o auto-conhecimento, o exercício das relações interpessoais e a melhoria do desempenho acadêmico (“corpo sano, mente sã”!)
Alunos e professores, a hora é esta! Curta pequenos prazeres e HARMONIZE-SE ! Comece selecionando, nas 11 idéias que seguem, aquelas que mais “parecem” com você.

1. Tire uma soneca.
2. Curta um bom filme.
3. Entre em contato com a natureza.
4. Programe um passeio com a família.
5. Faça aquele exercício físico que tanto gosta.
6. Mergulhe na leitura de um livro.
7. Faça palavras cruzadas.
8. Encontre aquele (a) bom (a) amigo (a) que não vê há tempos.
9. Compre um pote de sorvete.
10. Brinque no parque.
11. Organize um álbum com os momentos especiais de sua vida.


BOM RECESSO!

Equipe Gestora

EMEIF TOM JOBIM

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dicas para cantinhos em sala de aula.

Cantinhos para sala de aula



Cantinho da Leitura:


Nesse "cantinho" devem conter livros de histórias infantis diversas adequadas à faixa etária dos alunos.
Praticamente todas as salas de aula de turmas iniciais já possuem este "Cantinho" que deve ser feito com estantes da altura das crianças e almofadas coloridas ou tapete emborrachado para a Hora do ouvir e contar histórias – Se na sua escola as crianças tem que ir até outra sala para realizar esta atividade ou se os livros ficam escondidos e longe do alcance dos pequenos – Repense esta prática! É muito importante que as crianças tenham contato com os livros, e os identifiquem como algo do seu dia a dia, que está ao seu alcance, com o que pode contar. Isso facilitará todo o processo de alfabetização e será imprescindível para tornar seu aluno um futuro leitor.



Cantinho da Música:


Sabemos que nem sempre é possível termos dentro de sala de aula um aparelho de som à disposição, porém este cantinho deve ser mantido dentro das possibilidades. Sugerimos gravar em CDs ou Fitas Cassete diferentes estilos musicais escolhidos pelo professor e pelo menos 1 preferido de cada aluno.
Temos várias sugestões de trabalho com músicas na Educação Infantil e estas são fundamentais sempre e não somente em aulas específicas de música, onde o tempo é muito limitado para a quantidades de atividades que podem ser realizadas.
Nesse mesmo cantinho sugerimos que tenha uma Caixa com instrumentos musicais, que podem ser confeccionados pelas próprias crianças com a ajuda do professor.


Cantinho da Sucata:


Tudo que poderia ser lixo serve para você professor de Educação Infantil como um recurso de grande valia. Construir brinquedos, bonecos, casinhas; usar tampas de refrigerantes, palitos, potinhos para contagem; simplesmente manusear e distinguir cores e formas de olhos abertos ou vendados; são somente alguns exemplos do que pode ser feito com este rico material.


Cantinho das Dramatizações:


Imagine um baú repleto de chapéus, óculos, chalés, bijuterias, maquiagens, fantasias, perucas, máscaras... Em frente a ele imagine um espelho na altura das crianças. Pronto! Você acaba de ter dentro de sua sala de aula um ambiente fascinante onde atividades corporais e de Jogo Simbólico serão realizadas.
Cantinho dos Jogos:


Os Jogos Pedagógicos confeccionados em EVA, cortiça, cartolina ou até mesmo os de madeira e borracha também devem estar ao alcance dos pequenos em um "cantinho" especial. Quebra-cabeças, Jogos de Encaixe e muitos outros... Sugerimos que caso não tenha como a escola oferecer nem tão pouco pedir ajuda aos responsáveis, que a professora vá confeccionando aos poucos, de acordo com as datas comemorativas por exemplo e colecionando-os numa caixa também separada.



Brinquedoteca:


E a sugestão dada aqui é que os momentos de brincadeiras com os mesmos também sejam, por vezes, supervisionados pelo professor ao qual pode fazer interferências criando situações-problemas, comparando-os a atitudes de sua realidade diária, provocando novas descobertas no meio das brincadeiras.
Um bom observador pode descobrir muito dos alunos através de suas brincadeiras e tirar proveito disso sempre.



A básica "chamadinha":


Na sua "chamadinha" básica além dos nomes e das fotos de seus alunos, da janelinha do tempo e dos dias da semana você pode incluir algo importante do dia: Uma notícia, uma data especial, um acontecimento na escola, ou simplesmente a conclusão do dia registrada por escrito juntamente com os alunos. Torne este momento diário sempre atraente e divertido. E lance mão destes recursos presentes em sua "chamadinha" sempre que necessitar não somente na hora da entrada.



Dicas para professores iniciantes

Dicas para professores iniciantes

Prepare-se

Às vésperas da primeira aula, um professor pode ter algumas reações desagradáveis, como ansiedade e medo. O novo professor também pode acreditar que é tímido, e ter dúvidas quanto ao seu desempenho em sala. Não creio que isso possa ser considerado "normal", mas são reações freqüentes. Na minha opinião, isso decorre de uma avaliação distorcida que fazemos: imaginamo-nos dando aulas e as coisas dando errado, só que não incluímos na avaliação a preparação que iremos fazer. Você pode considerar os medos e ansiedades como procedentes, se você fosse dar aulas naquele momento. Inclua uma preparação no caminho entre o agora e o momento das aulas e você vai perceber que as emoções vão se modificando à medida que você vai se preparando. Isto vale, é claro, se você pretende se preparar o necessário para o que vai fazer.

Minhas sugestões para essa preparação:

1) Planeje bem as aulas

Faça um planejamento detalhado do que vai fazer, em conteúdo e estrutura, o que vai por no quadro, o que vai dizer. Improviso é para quando você estiver mais maduro e mais à vontade. Se quiser modelos de planejamento, veja o Almanaque do Professor.

Você pode usar também mapas mentais, seja para planejar, seja para apresentar o conteúdo para os alunos, seja para estes estudarem. Veja no link acima a seção com exemplos, modelos e roteiro de elaboração, entre outras coisas. Mapas mentais também requerem prática e dedicação para sairem bem-feitos, mas está no futuro das escolas, pode ter certeza. Se você os usar bem, já estará se diferenciando dos outros professores, para melhor.

É bom que você tenha experiência significativa com o conteúdo, aí pode se concentrar na parte didática. Se não tem, sugiro que a adquira rapidamente ou lecione outra matéria. Nada pior do que um professor teórico, que acaba investindo a maior parte do tempo em seu próprio aprendizado e não no aperfeiçoamento do planejamento, da comunicação e outros aspectos do ensino.

Lembre-se de que todos nós gostamos de variação e não gostamos de monotonia. Varie as estratégias de ensino, faça os alunos se mexerem de vez em quando, faça perguntas, faça-os trabalhar em dupla ou em grupo. Se estiverem inquietos, dê 2 minutos para fazerem o que quiserem. De vez em quando, certifique-se de que estão acompanhando; conforme o caso, um conceito perdido compromete o restante da aula. Dirija-se a um aluno específico; alguns alunos nunca abrem a boca por iniciativa própria, talvez por medos como gozações de colegas ou "pagar mico".

E faça o possível para dar plantões ou ter plantonistas para atendimento individual, os alunos aprendem muito melhor com as respostas às suas próprias perguntas.

2) Ensaie

Dê a aula antes, para ninguém, para o espelho ou para um conhecido. Se com este, peça para ele criticar e lhe indicar as oportunidades de melhoria. Grave-se ou filme-se dando aulas e depois escute ou veja procurando oportunidades de melhoria (faça isso antes que a realidade lhe mostre). Se você nunca deu uma aula antes, quase tudo é novo, e há muito, muito que você não sabe e que nem sabe que não sabe.

Procure variar o tom de voz, é mais difícil prestar atenção a uma voz monótona. Repita e/ou enfatize com a voz algumas passagens mais importantes.

3) Prepare-se emocionalmente

Emoções geralmente contém uma mensagem. Na véspera da minha primeira aula, senti verdadeiro pânico; um colega o teve durante a primeira aula. Depois descobri que isso era uma mensagem de que eu devia me preparar melhor.

Na seção Inteligência Emocional tem uma matéria sobre como lidar produtivamente com medos: Medo, seu aliado para o sucesso. Pratique-a algumas vezes que depois você acaba fazendo-a automaticamente, e terá uma boa ferramenta para o resto da vida.

4) Ajuste as expectativas

Cuidado com a auto-expectativa irreal de que você tem que saber tudo e responder a tudo. Já vi um professor contar que disfarçava seu não-saber indicando ao aluno o exercício de buscar a resposta. Você tem que saber o conteúdo e mais um pouco. Quando me perguntavam coisas que eu não sabia, fora da matéria, eu simplesmente dizia que não sabia. Se achasse importante, podia até procurar, mas não era a regra. Um aluno uma vez até disse me admirar por isso!

O que lhe dá credibilidade, talvez a mais importante característica de um professor, não é saber tudo, porque isso não é possível, mas sim dizer o que é, quando sabe, dizer que acha que é, quando não tem certeza, e dizer que não sabe, quando realmente não sabe. Isso é que o torna confiável.

5) Segure as rédeas da turma

Um ponto essencial em classe é você reconhecer e saber que você é a autoridade. Os alunos testam os limites para saber como se portar e usam o que acontece como referência para o que vão fazer. Se alguém conversar alto e você não fizer nada, abre caminho para que aconteça de novo. E se você disser que vai mandar alguém embora se atrapalhar e o fizer duas ou três vezes, vai ter um padrão que permite aos alunos prever o que vai acontecer, e aí não vai precisar mandar ninguém embora. O importante aqui é você ter bem claro para si mesmo o que quer e saber que é o responsável por fazer isso acontecer.

Por outro lado, é importante preservar um bom e amigável relacionamento com os alunos, senão te "fritam" e você não consegue alcançar o objetivo. Assim, um dos objetivos iniciais é construir um bom relacionamento com a turma e com os alunos, o que vai lhe permitir depois chamar a atenção deles sem que eles achem que você os odeia (sobre isso, veja a matéria Golfinho esperto, nesta seção). Para isso, procure os lados bons de cada um: um é estudioso, o outro é cordial e respeitoso, todos têm qualidades, e você é que tem que percebê-las. Se tiver que fazer algo drástico, como mandar alguém embora, faça-o na boa, sem "matar" o relacionamento com ninguém. O que você diz é secundário; a maneira como o diz é muito mais significativa.

Nosso papel em sala é análogo ao de uma boa enfermeira, que não liga se o doente é chato ou não, ela tem uma missão e precisa fazer o que é preciso para cumpri-la, e precisa então relevar, ignorar e esquecer as coisas que a tiram do foco e não contribuem para os objetivos.

6) Coloque-se no lugar do aluno

Um exercício muito bom que você pode fazer é, estando relaxado, visualizar-se sentado numa das carteiras, na posição de aluno. Experimente e descubra as vantagens. Uma professora de Biologia que conheço prepara as aulas assim: lê a matéria, monta o quadro na mente e se coloca na posição de um aluno para verificar se está bom.

Outra coisa boa é lembrar-se de suas próprias experiências como aluno, como o que gostava nos professores e como se relacionava com eles, o que sentia, como se motivava, influência dos colegas. .

7) Tímido, eu?

E se você acredita que é tímido, permita-me não acreditar nisso, garanto que tem situações em que você não age timidamente. É uma situação nova e requer preparação, e uma vez preparado o suficiente, você vai se sentir mais confiante e com vontade, sabendo que vai fazer um bom trabalho ou pelo menos que fez o seu melhor para isso, e vai continuar melhorando na medida de sua dedicação. Para isso você só precisa de foco: durante um tempo, priorizar a nova atividade e dedicar todo o tempo possível. É querer de verdade fazer o melhor possível. Depois é mais tranquilo.

8) Melhore-se

Para o futuro, mantenha ao lado, leia e procure aplicar as idéias de livros de didática, em particular os de PNL. Recomendo:

- Treinando com a PNL (O'Connor e Seymour)

- Enfrentando a Audiência (Robert B. Dilts)

- Aprendizagem Dinâmica I e II (Dilts e Epstein)

- Almanaque do Professor - Modelos, técnicas, estratégias e muitas outras idéias que juntei e que podem lhe inspirar.

Ponha na cabeça e no coração que haverá sempre algo a mais para se aprender, seja com livros, com colegas, consigo mesmo, com o coordenador ou com feedbacks de alunos. Descobrir que não sabe algo é um avanço, lembre-se disso. E, como disse o Millôr, "Aula em que o professor não aprende nada é uma aula inútil".

Em síntese

Se eu fosse resumir, diria que o mais importante é: vai acontecer, e você precisa se preparar para isso. A certeza de que vai acontecer, junto com a vontade de fazer bem-feito, é que mobilizam seus recursos e suas capacidades, é que fazem com que você dedique 5 minutos a mais. O resto é decidir como será feito e aprender com a experiência ao invés de lamentá-la. E não se iluda: você vai se enriquecer devagar, um passo de cada vez.

Virgílio Vasconcelos Vilela

http://www.possibilidades.com.br/ensino/dicas_professores.asp

DICAS PRÁTICAS PARA O PLANEJAMENTO DO TRABALHO

Para que seus alunos possam ampliar seu conhecimento lingüístico sobre uma variedade de gêneros textuais, aprender a ler com diferentes propósitos e, assim, construir procedimentos de leitura variados, bem como construir um repertório de textos e autores, sugerimos que ao longo do 1o bimestre você considere as dicas a seguir:


1. LEIA EM VOZ ALTA TODOS OS DIAS...
Textos literários: contos tradicionais, histórias contemporâneas, lendas.


2. LEIA COM ELES, EM VOZ ALTA, TODOS OS DIAS...
Parlendas, quadrinhas, trava-línguas, cantigas, poemas, adivinhas e outros textos memorizáveis.
Os textos podem estar num cartaz no mural, em um papel, com cópia para cada aluno, ou mesmo escrito na lousa.


3. PROPONHA TAMBÉM MOMENTOS DE LEITURA NOS QUAIS...
* Possam explorar livros, revistas e jornais livremente, como nos cantos de leitura.

* Possam ler, com a ajuda do professor, com diferentes propósitos.
* Possam ler, com a ajuda do professor, informações presentes no ambiente escolar, ampliando o conhecimento que já possuem sobre a função da escrita.


4. LEIA EM VOZ ALTA PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA...
* Um texto informativo: artigos e notícias de jornal, textos informativos sobre temas científicos (sobre animais, plantas, o corpo humano, os planetas etc.).
E TAMBÉM (pelo menos duas vezes no mês):
* Um texto instrucional: regras de jogos,
receitas culinárias...


5. CONVIDE OS ALUNOS A LER TODOS OS DIAS...
Os nomes dos colegas, as atividades do dia, o nome da escola, títulos das histórias conhecidas, títulos das cantigas e outros textos disponíveis na escola.

6. MAS ATENÇÃO...
Sempre que possível, leve o suporte no qual o texto que você selecionou foi impresso. Se for uma notícia, procure levar todo o jornal para que os alunos tenham contato com esse portador. Se for um verbete de enciclopédia, leve o volume do qual ele foi extraído. Um conto? O livro. A regra de um jogo? O folheto de instruções ou até mesmo a tampa da caixa do jogo


7. FINALMENTE, COMECE A APROVEITAR...
os seus momentos de leitura em voz alta para favorecer a integração do trabalho de leitura e de escrita com as demais áreas do currículo. Por exemplo, ao selecionar uma notícia de jornal, você pode escolher uma notícia que trate da fauna, da flora e do meio ambiente. Ou então ler um
texto informativo que tenha relação com a história do lugar, com o modo de vida de diferentes grupos sociais (como os povos indígenas) ou que relate a vida em outros tempos e em outras partes do Brasil e do mundo...
E mais ainda: ao escolher um texto para ser lido para e com seus alunos, você pode aproveitar para tratar de temas relacionados à nossa sociedade atual, ao nosso dia-a-dia. Saúde, alimentação, lixo, preconceito, preservação ambiental, a importância do idoso, respeito aos portadores de necessidades especiais, trânsito, desarmamento... são temas importantes, cuja reflexão contribui para a formação de cidadãos mais críticos. Esses temas expressam o conceito de tema transversal proposto pelos PCNs. Você ainda pode se valer dos acontecimentos mais recentes para, por exemplo, selecionar notícias de jornal e discutir o conteúdo desses textos com os alunos.


8. E REDOBRE AINDA MAIS A SUA ATENÇÃO...
no momento de selecionar os textos. Escolha sempre textos com qualidade. Evite as versões
adaptadas, que simplificam o conteúdo e a linguagem do texto. Esses textos pouco contribuem para a formação de seus alunos enquanto leitores.


E COM RELAÇÃO À ESCRITA...


1. PROPONHA QUE OS ALUNOS ESCREVAM TODOS OS DIAS...
* O próprio nome em pelo menos um dos seus trabalhos do dia, consultando ou não o cartaz com os nomes da turma.

* A data em pelo menos um dos seus trabalhos do dia, copiando-a da lousa.


2.ESCREVA PELOS ALUNOS PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA...
* Uma lista de palavras cujo tema tenha significado no contexto do trabalho realizado até o momento. Pode ser uma lista com os nomes da turma organizados em ordem alfabética, dos nomes e da data de nascimento para a elaboração da “Agenda de Aniversários”, dos dias da semana, dos títulos das histórias lidas, dos nomes dos personagens preferidos, dos títulos das cantigas trabalhadas...
* Cartas ou bilhetes, produzidos de forma conjunta com a turma. O assunto pode variar: bilhete para pesquisar os nomes dos familiares mais próximos, para pesquisar a letra de uma cantiga, para obter informações sobre a data de nascimento dos alunos e outros dados que possam vir a fazer parte da “Agenda de Aniversários”.
* A letra de uma cantiga, uma quadrinha, uma parlenda – eles podem ditar o texto para que você a escreva na lousa.


3. ESCREVA NA FRENTE DELES TODOS OS DIAS...
* A lista das atividades da rotina do dia, os nomes dos ajudantes do dia, os nomes das duplas/grupos de trabalho, o título do texto que será lido no momento da leitura...
Assim eles podem observar um “escritor” mais experiente escrevendo e ampliar as noções que já possuem sobre os procedimentos que envolvem o ato de escrever.

FRASES DE REFLEXÃO

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática” (Paulo Freire, em “A educação na cidade”)

"...É o adulto na figura do professor, que na instituição infantil ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjos dos espaços e do tempo para brincar... É por meio das brincadeiras que o professor pode observar e avaliar o desenvolvimento das crianças , registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como suas capacidades sociais, e dos recursos afetivos e emocionais que possui."(RCNEI)

"Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade." Paulo Freire

“Um trabalho que garanta uma aprendizagem significativa para os alunos não depende de riqueza de material, mas de conteúdo, estratégia e propostas que ofereçam oportunidades de participação”.

"é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos. O modo de agir do professor em sala de aula fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade."(p.115)

Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto brinca: o brilho dos olhos, a mudança de expressão do rosto, a movimentação do corpo. Estar atento à maneira como desenha o seu espaço, aprender a ler a maneira como escreve sua história.(MOREIRA apud MORAES DIAS, 2003, p. 237)


Arraiá do Tom Jobim


Premiação da Campanha do Agasalho